Nota da AGMFC sobre o enfrentamento da Covid-19 no Rio Grande do Sul
A diretoria da Associação Gaúcha de Medicina de Família e Comunidade, após reunião aberta com seus associados realizada no último dia 20 de janeiro manifesta profundo pesar pelas vítimas da COVID-19 no território gaúcho, ao tempo que alerta a população sobre o equívoco do chamado "tratamento precoce", considerando não haver evidências científicas que sustentem o uso de medicamentos que compõem o "kit covid" como hidroxicloroquina, cloroquina, azitromicina, ivermectina, zinco e vitamina d. Alertamos gestores municipais e colegas médicos sobre possíveis malefícios causados pelo uso inadequado destas medicações além de ser um desperdício de recursos financeiros que poderiam ser utilizados para fortalecimento das campanhas de comunicação social reforçando as medidas de distanciamento social, proteção individual e para garantia de insumos estratégicos nas Unidades Básicas de Saúde.
Importante salientar que o tratamento da COVID-19 baseia-se em medidas de suporte, e nenhum fármaco é aprovado para o tratamento de casos leves a moderados ou prevenção da infecção por SARSCOV-2, segundo recomendações de diversas organizações de saúde científicas, pelos riscos de efeitos adversos e ausência de benefício clínico comprovado.
Aproveitamos para sinalizar a importância da garantia da vacinação contra covid 19 dos profissionais de saúde da Atenção Primária à Saúde logo nesta primeira fase, considerando que são os serviços que desde o início vem fazendo o primeiro atendimento dos casos suspeitos e o acompanhamento clínico dos pacientes com diagnóstico confirmado.
Solicitamos maior empenho do poder público para acelerar o processo de vacinação da população, garantindo sua oferta pelo Sistema Único de Saúde, considerando a ordem de prioridade dada de acordo com os critérios de risco epidemiológico, sem nenhum tipo de favorecimento que configure "fura filas".
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